Capítulos 23 e 24


"Seguir em frente é a minha única opção."  

  Parte de mim dizia que eu havia feito o certo, outra parte dizia que eu não deveria ter contado, mas no fundo, eu sabia que era certo. Davi ficou alguns minuto sem responder, e eu só olhava para a tela, apreensiva.

- Vou sair. - ele falou sério.
- E como nós ficamos? - perguntei baixo.
- 'Nós' já não existe mais, eu vou ficar aqui tentando seguir em frente, enquanto você pode ficar ai, com ou quem quer que seja. - ele respondeu baixo e meu coração apertou, eu não queria escutar aquilo.
- Davi eu... - eu falava e ele me cortou.
- Tchau . - ele se desconectou.
  Eu chorava, chorava muito, não tive outra reação, nem fechar o notebook eu consegui, fiquei pensando no que eu tinha feito, na merda que eu tinha feito, a ultima pessoa que eu podia perder era Davi, e eu acabei perdendo. Quem mais diria que tudo iria ficar melhor? Me mandaria sms de 'eu te amo' de madrugada? Pra quem mais eu torceria nos jogos de futebol? Quem mais faria meu dia melhorar com apenas um sorriso? Eu não sabia o que fazer, eu estava perdida.
  Mandei um sms para Bryan, precisava conversar com alguém e ele era quem eu mais confiava. Ele saiu da escola e nos encontramos em uma lanchonete.
- Obrigado por vir. - falei, eu esperava ele na porta da lanchonete.
- O que aconteceu? - ele perguntou.
- Longa história. - respondi. - Vem, vamos comer algo e eu te conto. - nós entramos.
  Nos sentamos em uma mesa, pedimos apenas dois pedaços de bolo, na verdade eram BIG pedaços, contei tudo o que aconteceu, Bryan ficou sério e passado, mas acho que ele percebeu que eu não precisava de mais ninguém bravo comigo, ou me dizendo 'bem que eu te avisei', então ele mudou.
- Eu não acredito que você ficou com o . - ele falou passado.
- Nem eu. - respondi. - Isso é um pesadelo. - falei e sorri falsamente.
- E agora, como você fica? - ele perguntou dando uma garfada no bolo.
- Mal, sem o Davi e bem longe do . - respondi dando também uma garfada no bolo.
- Não vai mandar vários sms para o Davi pedindo desculpas, dizendo o quanto está arrependida e blá blá blá?. - Bryan perguntou.
- Acho que não. - respondi pensativa. - Sabe, se fosse eu no lugar dele, não iria querer isso, eu ficaria mais mal do que já estaria e eu não quero ele pior. - terminei.
- Se fosse eu no lugar dele nunca mais falaria com você. - Bryan falou sem pensar, depois olhou para mim com a cara de 'desculpa' e eu o fuzilei com os olhos.
- Obrigado Bryan. - respondi irônica.
- Talvez um dia ele queria voltar. - ele falou todo fofo, tentando me animar.
- É, enquanto isso eu vou seguindo em frente ou pelo menos tentar. - sorri de canto.
  As três semanas que se passaram foram as mais dolorosas que já tive, toda vez que lembrava de Davi eu chorava, não importava o lugar que eu estivesse, músicas me deprimiam ainda mais, vi ele tirar nossas fotos das redes sociais, tirar tudo que era relacionado a nós, ele estava seguindo em frente, mas eu não conseguia. Na escola eu fiquei três semanas mais quieta que o normal, quase não falei com Bryan, e Kevin pra mim praticamente não existiram, ainda tive que assistir cenas como se esfregando com outras.
  Era sábado, acordei e fui direto para o notebook, entrei no Facebook e vi fotos novas do Davi (sim, eu o stalkeava), ele estava em uma festa, todo feliz e sem aliança, tudo bem, era de se imaginar, mas foi um choque para mim, desliguei na hora o notebook e por mais que eu quisesse chorar, eu não consiguia, como se minhas lágrimas tivessem secado de tanto que eu chorei nas três últimas semanas.
- Chega né ? Está na hora de você superar. - falei pra mim mesma. Eu sabia que não conseguiria assim tão rápido, mas pelo menos eu tentaria.
  Exclui nossas fotos das redes sociais, alterei meu relacionamento, tirei as fotos dele que estava nos quadros em meu quarto, apaguei os sms, e-mails e tudo relacionado, fiz tudo com o coração na mão, mas depois me senti vitoriosa, se ele conseguiu, por que eu não conseguiria?
  Tomei um banho, estava muito quente neste sábado, decidi ir dar uma volta, me vesti (clique na palavra para ver a roupa), me maquiei, arrumei meu cabelo e percebi que eu havia esquecido de tirar duas coisas, duas coisas bem importantes: a aliança e o colar. Respirei fundo, tirei primeiro o colar e depois de alguns minutos consegui tirar a aliança, as joguei dentro da mala, já que não as pegaria tão cedo, decidi deixar lá. Sai ligeiramente do quarto antes que me arrependesse.
  Não havia ninguém em casa, então só mandei um sms para Claire e sai, a cidade estava muito movimentada, acho que estava tendo algum evento cultural de música, comprei um sorvete, estava andando por uma leve multidão, distraída mexendo em meu celular e com o sorvete na mão, quando tropecei e sujei a camiseta de alguém.
- Me desculpa... - falei tirando o sorvete, eu ainda não havia olhado para ver quem era.
- Desculpar eu desculpo, mas está me devendo uma camiseta nova. - falou alguém e eu reconheci aquela voz, era .
- Oi . - falei e sorri sem graça.
  Saímos da pequena multidão e começamos a caminhar, ele não fez questão que eu comprasse uma água ou papel para limpar a sua camiseta, então ficamos conversando.
- Quer dizer que você voltou a vida normal... - ele falou e olhou pra mim, olhei de volta desentendida. - Sabe, ver pessoas, sair, conversar, você meio que se excluiu por 21 dias. - ele explicou.
- É, não tem acontecido coisas muito agradáveis. - falei e sorri de canto.
- Algo relacionado com o fato de você não usar mais aliança? - ele perguntou, me fazendo rir e olhar para minhas mãos.
- Você percebeu, é claro que percebeu. - falei baixo e sorrindo. - Tem sim. - respondi, olhei para ele e mexi no meu cabelo.
- Não conseguiram suportar a distância? - ele perguntou.
- Mais ou menos. - respondi.
- Sinto muito. - ele falou todo fofo. - Mas você está bem? - ele perguntou preocupado.
- Não sinta, acontece... -falei. - Estou tentando ficar bem. - respondi olhando para horizonte.
- Veja pelo lado bom, agora você está solteira. - ele falou me fazendo rir.
- Isso não é bom. - falei e olhei em seus olhos.
- É bom pra mim. - ele sorriu pra mim e eu sorri de volta.
  Eu me sentia muito bem ao lado de , ele era um fofo, sempre me fazia rir e o seu sorriso era um dos sorrisos mais sinceros e lindos. Ficamos conversando, obviamente não contei sobre eu e , não que ele tenha perguntado, mas também não iria comentar.
- Vai ter um almoço hoje lá em casa, vamos reunir alguns familiares, se você quiser ir... - ele falou.
- Acho que eu não me encaixo na palavra família. - falei e ele sorriu.
- Nada a ver, minha mãe iria te adorar, tenho certeza. - falou tentando me convencer.
- Fica pra próxima. - falei decidida. Eu não iria conhecer a família Jonas inteira, eu não estava preparada psicologicamente pra isso, me sentiria uma estranha.
- Ok, então eu vou indo. - ele falou e saiu andando em outra direção.
- Eu te devo outra camiseta. - quase gritei e ele sorriu.
 
"Seu jeito, suas manias."

  Passei em uma locadora que encontrei, aluguei os filmes 'A Proposta' e 'O Sequestro do Metrô 1 2 3', como já estava anoitecendo, fui para a casa e liguei para a pizzaria, como Claire foi para a casa de uma amiga e não dormiria em casa e Ethan não deu sinal de vida, eu tinha a casa toda pra mim. Cheguei em casa, tomei um banho, como estava calor, coloquei uma roupa que não fosse o pijama, coloquei o filme e a campainha tocou, com certeza era a pizza, fui buscar.

- O Ethan não está. - falei logo que abri a porta, era .
- Fiquei sabendo que você está solteira. - ele falou, ele estava com uma pizza na mão.
- Como a noticia corre rápido né? - falei irônica e fechei a porta, mas ele colou o pé.
- Sério que você não vai querer sua pizza? - ele perguntou e eu abri a porta.
- O que você está fazendo com ela? - perguntei.
- O entregador estava quase na porta, falei que eu era o seu namorado, paguei e ele entregou pra mim, simples. - ele respondeu dando uma piscadinha no final, aquela piscadinha me matava.
- Tá, agora chegou o momento que você me entrega. - falei estendendo a mão.
- Eu paguei, tenho o direito de comer com você. - ele falou sínico.
- Não seja por isso, olha aqui o dinheiro. - falei estendendo a mão com o dinheiro.
- Não quero o dinheiro, quero pizza. - ele falou entrando em casa e indo em direção a cozinha. Ele já tinha me estressado com a folga dele, fechei a porta e o segui.
- Me incomoda, pega minha pizza e entra na minha casa, você é muito folgado. - falei olhando ele pegar os pratos e servir as pizzas.
- Venho te fazer companhia, pago sua pizza e ainda sirvo, eu sou muito fofo. - ele falou olhando pra mim. - Só pra constar, essa casa é mais minha do que sua. - ele falou sorrindo sínico, e eu olhei indignada pra ele.
- O que você está fazendo aqui garoto?  Veio me estressar? Trabalho completo, por que você já conseguiu. - falei nervosa.
- Na verdade, Claire me ligou pedindo que eu fizesse companhia pra você, já que ela não conseguiu vir pra casa hoje e Ethan vai dormir fora, eu vim te proteger e você ainda está reclamando. - ele respondeu descontraído e eu respirei fundo, peguei minha pizza, um refri e fui para a sala, vi que ele me seguiu.
- E agora eu me pergunto: por que ela não ligou para o ao invés de você? - respirei fundo. - Mas quer saber? Tanto faz, eu vou assistir meus filmes e fingir que você não está aqui. - sentei no sofá.
- Que filme nós vamos assistir? - ele perguntou se deitando na outra parte do sofá, não respondi nada, prometi não me esquentar.
  Estávamos assistindo 'A Proposta' quando na metade do filme começou a batucar e assoviar, primeiro o fuzilei com os olhos, mas como ele não ligou e continuou eu fui obrigada a gritar.
- FICA QUIETO, EU TÔ QUERENDO VER O FILME. - gritei brava.
- EU TÔ ENTEDIADO. - ele gritou de volta.
- PROBLEMA É SEU. - falei nervosa, peguei o controle e parei o filme.
- EU NÃO POSSO FICAR ENTEDIADO. - ele gritou.
- Então vai lá no quarto do Ethan, com certeza deve ter alguma coisa pornográfica pra tirar seu tédio. - falei séria e fiz com que ele risse.
- Você é muito chata. - ele falou rindo e jogou uma almofada em mim e eu revidei jogando outra, a partir dai começamos uma guerra.
- Vo-cê bate for-te. - falei rindo e dando três almofadadas em suas costas.
- Se fosse pra ser fraco, seria uma guerra de penas e não de almofadas. - disse ele largando a almofada, me dando uma leva rasteira, fazendo com que eu caísse delicadamente no chão, não doeu nada, por que ele também me segurava, depois se ajoelhou entre minhas pernas, segurou meus braços contra o chão e chegou bem perto de mim. - Agora que eu ganhei a guerra, você me deve um beijo. - disse ele sorrindo.
- Quem disse que você ganhou? - perguntei sínica, logo depois dei uma ajoelhada entre as pernas dele, fazendo com que ele fosse pro lado se contorcendo de dor.
- AAAAAAAAAAAAAI, ISSO FOI COVARDIA, OH. - ele gritou e me levante do chão rindo.
- Isso é ganhar uma guerra baby. - falei e desliguei a televisão, peguei os pratos que estavam na sala, levei-os para a cozinha e estava na escada quando falei - Quando se recuperar, pode ir dormir no quarto do Ethan, boa noite gatinho.- subi.
  Entrei no meu quarto rindo, fechei a porta e fui para o banheiro colocar meu pijama e escovar meus dentes, acabei e sentei na cama, a noite as lembranças de Davi sempre me atacavam, atacavam de uma tal maneira que era impossível não chorar, mas prometi pra mim superar, meus olhos estavam cheios de lágrimas, eu não conseguia conte-las.
- Você precisa aprender a trancar a porta do seu quarto. - entrou enrolado em um edredom e abraçando um travesseiro, ele estava a coisa mais fofa do mundo, eu estava quase chorando, mas não consegui conter o riso.
- Eu estava distraída demais pra isso. - falei olhando pra baixo, ele não podia me ver com os olhos vermelhos. - Só para constar, você está no quarto errado. - falei.
- Não tô não, eu vim dormir com você. - ele falou se aproximando e fechando a porta.
- AAAAAAAAAAAAAAAAH não, sério, por favor. Com centenas de quartos existentes na casa, você quer dormir justo aqui? Poupe-me. - falei levantando da cama.
- Eu tenho medo de dormir sozinho. - ele falou fofo e fazendo bico.
- Para de ser falso. - resmunguei.
  Reclamei, reclamei, reclamei e de nada adiantou, por que ele não saiu do quarto, ele deitou no chão, ao lado da minha cama,  com o edredom e seu travesseiro, apaguei a luz e deitei de barriga pra cima na minha cama, fechei os olhos e perguntou:
- Sério que você vai perder essa oportunidade?
- Que oportunidade? - questionei confusa.
- De dormir abraçadinha comigo. - ele falou com uma linda voz.
- Não estou perdendo muito. - retruquei sorrindo.
- Pode acreditar, está sim. - ele respondeu.
- Boa noite . - falei baixo.
- Sabia que eu sempre lembro do nosso beijo? - ele perguntou. - Da sua pegada caliente. - ele falou me fazendo rir.
- Boa noite . - falei rindo. 

- Sabia que eu gosto do jeito que você fala meu nome, que você sorri balançando a cabeça negativamente, mexe no cabelo e me chama de idiota? - ele perguntou, sorri em silêncio. - Também gosto de te provocar e gosto do seu jeito estressadinha. - ele completou.
- Que você gosta de me provocar já não é novidade. - falei sorrindo.
- Agora é sua vez que falar o que gosta em mim. - ele falou.
- Eu gosto de quando você cala a boca e dorme. - respondi com voz de sono.
- Posso cantar pra você? - ele perguntou.
- NÃO! - gritei e joguei uma travesseiro nele, fazendo com que ele risse.
- Boa noite . - ele falou lindamente, eu apenas sorri, sem responder.
  Lembrei do meu dia e pensei que por mais que me estressasse, ele me fazia bem, me fazia rir, sorri e fechei os olhos, e por uma noite nas últimas semanas, eu dormi sem pensar no Davi. 

3 comentários:

  1. OMG! P-E-R-F-E-I-T-O
    MUITO MSM, DE VERDADE
    VÊ SE NÃO DEMORA PRA POSTAR O PRÓXIMO CAP TÁ?! HAHA :)

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  2. AAAAAAH, TA LINDO MENINA! SÉRIO MESMO, TA PERFEITO! NÃO DEMORA PRA POSTAR OK? KK

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  3. mais eu quero mais ta muito perfeito posta mais

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