Capítulos 25 e 26


"Acostumar com as mudanças."  

  Acordei eram 10 horas da manhã, levantei e não estava mais na cama improvisada dele, decidi ir tomar banho, fiz minha higiene matinal, coloquei uma roupa qualquer, fiz um rabo de cavalo e desci. Ninguém ainda havia chego, percebi por conta do silêncio, fui para a cozinha e parei na porta,   estava tirando as torradas da torradeira, preparando o café e reclamando por ter se queimado, eu ria.

- Eu aqui me queimando e você ai rindo, que coisa linda. - ele resmungou e eu me aproximei rindo.
- Você não sabe nem pintar uma flor, por que pensou que saberia cozinhar? - perguntei irônica e ele me fuzilou com os olhos, peguei um pano que vi, molhei com um pouco de água, peguei sua mão queimada e passei delicadamente. -  Melhorou? - perguntei olhando em seus olhos.
- Muito. - ele respondeu me encarando bobo.
- Então, o que vamos ter para o café da manhã? - perguntei cortando o clima, que por sinal estava bem tenso, um olhando fixamente para o outro...
- Torradas, café e eu comprei rosquinhas. - ele respondeu virando para a torradeira.
- Então esse é o café da manhã da família Jonas?  - perguntei.
- Não, normalmente nós comemos coisas mais saudáveis. - ele falou e depois olhou para mim e sorriu.
- Obrigado por fazer eu virar uma pessoa não saudável. - falei séria.
- De nada.- ele respondeu com a atenção no fogão e eu sorri.
  Coloquei a mesa e nos serviu, tomamos o café inteiro trocando facadas, tudo bem, na maior parte do tempo nós ríamos, eu não conseguia ser totalmente má com ele.
- Paga a minha pizza, a serve, me faz companhia, fala sobre as minhas manias, acorda mais cedo e faz um café da manhã delicioso, o que você quer afinal? - perguntei, eu realmente estava estranhando as atitudes dele.
- Ser seu amigo. - ele falou terminando seu lanche.
- Pensei que o Jonas não tivesse amigas e sim ficantes ou ex- fincantes. - falei o provocando.
- E em qual grupo você se encaixa? Ficantes ou ex-ficantes? - ele perguntou sínico e eu fiquei séria.
 - No grupo em que quer distância de você. - falei e sorri no final, levantei da mesa, peguei os pratos e xícaras e os coloquei na pia.- Que horas você pretende ir embora? - perguntei encostada na pia.
- Eu já vou indo, prometi sair com o meu irmão mais novo. - ele falou se levantando. - A gente se vê? - ele perguntou.
- Tenho outra escolha? - o questionei, eu lavava a louça.
- Não. - ele respondeu rindo.
- Imaginei que não tivesse. - falei me virando. - Eu te acompanho até a porta. - falei indo em sua direção, indo rapidamente para a porta e a abrindo.
- Tchau. - falou parando em minha frente e dando um delicado beijo em minha bochecha, depois saiu e eu fechei a porta. Sorri ao fechar a porta, pensei como ele tinha sido fofo comigo, mas não criei falsas expectativas, tudo que vinha dele era meio arriscado.
  Subi para o meu quarto, liguei o notebook e sentei na cama, eu fiquei procurando a tarde toda por instituições que precisassem de voluntários (procurei tanto que nem almocei), mas não achei nenhuma que precisasse urgentemente, como me convenci de que precisava de algo para me distrair nos dias de semana, me inscrevi em uma escola de 5ª a 8ª série, para dar reforço para alguma criancinha que precisasse, logo eles me responderam e disseram que eu começaria na segunda, passaria lá depois da escola para pegar o endereço.
- Floooor. - Claire entrou em meu quarto quase gritando e bem animada.
- Oi. - respondi feliz.
- Se divertiu esse final de semana? - ela perguntou.
- É, até que me diverti sim. - sorri.
- Então fico feliz, era para eu ter voltado ontem com Robert, mas ficamos para uma festa e ficou muito tarde para voltarmos. - ela falava da porta. - cuidou direitinho de você? - ela perguntou.
- Cuidou sim. - respondi. - Só não entendi o por que de você chamar o e não o . - completei.
- Achei que você gostaria do aqui. - ela respondeu sorrindo, eu fiquei confusa, como assim eu gostaria? Decidi não perguntar. -  Robert vai preparar o jantar, daqui a pouco te chamo ok? - ela falou e eu só balancei a cabeça positivamente, Claire fechou a porta.
  Robert fez o jantar, Ethan veio me chamar, desci, jantei, conversamos até tarde, depois subi para o meu quarto, coloquei um pijama e fiquei escutando música até pegar no sono.
  Segunda havia chegado, eu acordei mais cedo do que o normal, fiz minha higiene matinal, me troquei, penteei meu cabelo, me maquiei e fui para a escola, como eu havia acordado muito cedo, fui andando e comprei um café no caminho. Entrei na escola distraída quando Bryan me puxou pelo braço.
- Oi né? - ele falou com um lindo sorriso.
- Oi. - respondi sorrindo.
- Bem- vinda de volta. - ele falou me abraçando e eu sorri sem graça. Sabia que ele se referia a volta por cima que dei em relação a Davi.
- Obrigado. - respondi.
- Tudo bom? - ele perguntou enquanto íamos para os nossos armários.
- Sim e com você? - perguntei.
- Também. - ele respondeu pegando seus livros. - Como foi o final de semana? - ele perguntou.
- Legal. - respondi, acho que ele já sabia que havia dormido lá, conversei com ele no Facebook. - Quais são as novidades? - perguntei mudando de assunto, ou evitando que ele perguntasse algo. 

- Vai ter a festa de aniversário da Rachel, normalmente a festa dela é a melhor e a mais comentada do ano. - Bryan falou enquanto andávamos pelo corredor, indo em direção a sala.
- Eu não vou ser convidada mesmo. - falei e ri, era claro que ela não iria me convidar.
  A manhã passou rapidamente, mas me atrasei depois que sai da Educação Física, fui correndo para a escola que eu daria reforço para pegar o endereço e o nome do aluno, fui correndo para a casa do meu aluno.
- Oi, eu sou a nova professora de reforço. - falei logo que uma moça abriu a porta.
- Ah claro, me avisaram que viria, sou Tina, a empregada. - ela me recebeu com um sorriso. - Entra por favor, Frankie já vai descer. - ela falou e eu entrei.
  Frankie, esse era o nome do meu aluno, eu não sabia seu sobrenome, acho que esqueceram de colocar no papelzinho com o endereço, não dei importância.
- Oi. - falou um lindo garotinho sorrindo.
- Oi, você deve ser Frankie, eu sou , a sua nova professora de reforço. - falei sorrindo.
- Acho que vou gostar de você. - ele respondeu. Fomos para a mesa e começamos a conversar.
- Em que escola você estuda? - ele me perguntou.
-  Roseland High School - respondi.
- Meu irmãos estudam lá. - ele falou abrindo do caderno.
- Sério? Quem são seus irmãos? - perguntei, era bem provável que eu não iria os conhecer, não conheço nem 1% da escola, quanto mais os irmãos de Frankie.
- , Kevin e . - ele respondeu procurando um lápis no estojo. - Vou pegar um lápis lá no meu quarto, já volto. - ele falou saindo da mesa e subindo para seu quarto.
  Eu não acredito, eu estava na casa dos Jonas e não podia nem imaginar (me lembrei que havia mencionado Frankie no almoço), ou eu sou muito azarada ou é o destino, quanto mais eu tento ficar longe do , mas perto eu acabo ficando, será isso mesmo possível? Eu pensava quando uma voz me atrapalhou.
- Destino? - perguntou , eu reconheci sua voz.
- Pesadelo. - respondi olhando para ele.
- Sério que é você a professa de reforço do meu irmão? - ele me perguntou.
- Eu estou me perguntando a mesma coisa. - respondi. - Faço tudo para ficar longe de você e olha aonde eu caio, bem na sua casa. - falei irônica.
- Acho que o destino me ama. - ele falou sorrindo falso.
- Ou me odeia. - falei e sorri cinicamente.
- Bom saber que agora eu iriei vê-la todos os dias de manhã na escola e de segunda, quarta e sexta, a tarde, na minha casa. - ele falou me provocando.
- Perai, eu não entendi... Qual é a parte boa? - perguntei sínica.
- Engraçadinha. - falou sorrindo.
  Frankie desceu e começamos a aula, ainda bem que tinha treino de futebol aquele dia, então não ficou lá para me irritar ou atrapalhar.
  Terminei o reforço, fui para casa, jantamos fora, cheguei morta, fui para o meu quarto, tomei um banho e dormi.

"Please be mine."

 Terça chegou, fiz as mesma coisas clichês de sempre e fui para a escola com Robert e Ethan. Chegando lá tive uma surpresa: TINHA O CONVITE PARA O ANIVERSÁRIO DA RACHEL NO MEU ARMÁRIO. Primeiro me espantei, segundo fiquei pensando se era uma pegadinha, terceiro fui correndo procurar Bryan, que já estava na sala.
- Bryan, Bryan, Bryan. - falei entrando na sala e sentando em uma carteira que estava a sua frente.
- Oi princesa, desculpa não ter te esperado, é que eu precisava de uma matéria e... - ele falava e eu o cortei eufórica.
- Tudo bem. - falei sem interesse no que ele iria falar. - Rachel me convidou para o seu aniversário amanhã. - falei em um tom de surpresa.
- Sério? Por essa eu não esperava. - Bryan falou também surpreso.
- Rachel me convidando para o seu aniversário, sendo legal comigo, eu não estou entendendo mais nada. - falei pensativa.
- Podemos começar a aula? - Senhora Glover chamou minha atenção, não deixando com que Bryan respondesse, fiquei sem graça, virei para frente e prestei na aula chatíssima dela.
  Eu estava passada, o Bryan estava passado, a escola inteira estava passada com o convite de Rachel, eu pensava seriamente em não ir. Sai da escola, iria almoçar com Bryan mas Frankie me ligou.
- Oi Frankie. - falei.
- Oi, eu sei que nossa aula é só amanhã, mas tem como você vir hoje? É que eu tenho compromisso amanhã. - ele falou todo fofinho.
- Claro, em 30 minutos estou ai. - falei e desligamos o telefone.
  Fui correndo para a casa dos Jonas, apertei a campainha e atendeu a porta.
- Pode entrar. - ele falou e eu entrei, logo em seguida ele fechou a porta e encostou nela.
- Cadê o Frankie? - perguntei para ele.
- Ele não está. - ele falou sínico.
- Mas ele me ligo...- eu falava e ele me cortou.
- Te ligou para perguntar se a aula poderia ser hoje e blá blá blá, eu já sei, eu pedi que ele fizesse isso, paguei 15 pratas. - ele falou e sorriu no final, eu já fiquei séria e irritada, sai da escola correndo, ser almoçar para ir lá e era tudo uma brincadeira do ?
- Você é muito idiota mesmo. - falei revoltada e indo em direção a porta. - Com licença. - falei brava, para que ele de desencostasse da porta e me deixasse sair.
- Você não vai embora. - ele falou sem sair do lugar.
- É claro que eu vou, estou cansada, com fome, não vim pra cá pra ficar olhando pra você. - falei brava.
- Se não fosse importante, eu não te chamaria. - ele falou sério. - Por favor, fica. - ele falou com a voz mais fofinha do mundo.
- NÃO. - falei séria.
- Por favor, eu quero te mostrar uma coisa. - ele falou calmo. - Por favor, é rápido. - ele fez bico.
- Que seja rápido. - falei séria e ele deu um lindo sorriso.
  Fomos para a sala, sentamos no sofá um ao lado do outro, ele pegou seu violão e começou a cantar olhando em meus olhos, nunca ninguém havia cantado para mim, a voz dele era tão linda, a letra da música era perfeita, eu sorria boba, imaginei que a música não fosse pra mim, mas o simples fato dele querer me mostrar, me deixou feliz. Foi essa a música:


PLEASE BE MINE - POR FAVOR SEJA MINHA





But I'll be there forever
(Mas eu vou estar lá para sempre)
You will see that it's better
(Você verá que assim é melhor)
All our hopes and our dreams will come true
(Todas as nossas esperanças e nossos sonhos se realizarão)
I will not disappoint you
(Eu não vou desapontá-la) 
I'll be right there for you 'till the end
(Eu estarei lá para você até o fim)
The end of time
(O fim dos tempos)
Please be mine 
(Por favor, seja minha)
[...] ♪

- Então é assim? - perguntei cortando o climinha super fofinho que rolava entre a gente.
- Assim o que? - ele perguntou confuso.
- Assim que você conquista as garotas? Chama elas para a sua casa, ou as tranca na sua casa, não sei. - falei e fiz ele rir. - Depois canta para elas e depois de conquista-las, faz o que bem quiser? - terminei e ele ria.
- Eu não preciso cantar para leva-las para a cam... - ele falava e olhei séria, ai ele não completou. - Desnecessário o meu comentário né? - ele perguntou.
- Super. - respondi mexendo em meu cabelo. - Já cantou e tocou para quantas? - perguntei o fazendo rir novamente, ele olhou para o chão.
- Contando com você? - ele começou a contar com os dedos. - Duas. - ele falou.
- Sério? - perguntei surpresa. - E quem foi a primeira? Rachel? - perguntei.
- Minha mãe. - ele respondeu. - Cantei para ela no dias das mães, já faz um tempinho. - ele falou fofo.
- Nossa, não esperava isso de você. - falei. - Até não acredito. - falei duvidando dele.
- Quando eu era pequeno, minha mãe disse que certas certas coisas a gente só faz para pessoas que são especiais para a gente, não sei por que, mas sempre me lembro disso, por isso você é a primeira garota, fora a minha mãe, que eu cantei. - ele falou todo fofinho.
- Quer dizer que sou especial? - perguntei deixando ele sem graça.
- Acho que sim, senti a necessidade de cantar para você. - nós nos encarávamos. 
- Mas se você quer saber, a música é linda, roubou do ? - perguntei sínica e mudando de assunto.
- Não bobinha, quando eu dormi lá na sua casa, estava sem sono, levantei, vi você dormindo e veio inspiração, então comecei a escrever. - ele falou olhando em meus olhos e eu fiquei super vermelha e sem graça.
-  Qual o nome da sua banda? - perguntei mudando de assunto. 
- The Brothers. - ele respondeu. - Não curti. - falei insatisfeita, fazendo com que ele risse.
- Não curtiu? Por que não curtiu? - ele perguntou rindo.
- Não curti por que é muito plagio de 'The Beatles' - falei.
- Sério? E como seria o nome ideal? - ele perguntou sério, porem descontraído.
- Deixa eu ver... - pensei. - Galinha e seus irmãos, seria legal. - falei e ele me fuzilou com os olhos.
- Ha-ha como você é engraçada. - ele falou sério.
- Eu acho que deve ter algo com Jonas, alias, é o sobrenome dos três e vocês são irmãos. - falei pensativa.
- Eu acho que tem que ter Brothers, para saberem que somos irmãos. - ele falou também pensativo.
- Que tal Jonas Brothers? - perguntei.
- Jonas Brothers é legal, gostei. - ele falou sorrindo.
- Me deve uma, eu salvei a sua banda. - falei me gabando.
- Sério? E como você quer que eu pague? - ele perguntou olhando para mim.
- Vou pensar e eu te falo. - falei, nós nos encarávamos sorrindo.
- Eu tenho uma sugestão. - ele falou se aproximando dos meus lábios e eu virei o rosto e me levantei.
- Já vou embora. - falei indo em direção a porta e ele veio atrás de mim.
  Quando eu estava prestes a abrir a porta e sair, me virou, fechou a porta e me encostou nela, estávamos sentindo a respiração um do outro novamente, ele me encarava com um sorriso perfeito.
- ... - falei.
- . - ele repetiu imitando minha voz.
- A gente não pode. - falei olhando em seus olhos.
- Por que não? - ele perguntou, estávamos muitos, mais muito próximos, ele sínico, não avançou, mas também não regrediu, qualquer minimo centímetro, nós estaríamos nos beijando novamente.
- Por que nós não temos nada a ver. - falei.
- E o que mais? - ele perguntou sínico.
- E eu não quero. - falei e olhei para seus lábios. Sim, eu queria, queria mais do que tudo naquele momento.
- Não quer não? - ele perguntou e eu apenas balancei a cabeça negativamente. - Pena que eu quero. - ele falou e me beijou.
  O segundo beijo foi ainda melhor que o primeiro, ele sempre delicado, beija-lo era como dançar, meu coração era como a batida, o ritmo e aumentava e diminuía, seu toque leve, seu cheiro era perfeito, e por incrível que pareça, tudo só iria melhorando a cada toque. Quando acabamos, ficamos nos encarando por alguns minutos e depois eu falei:
- Preciso ir. - eu precisava mesmo ir.
- Fica. - ele falou se aproximando do meu rosto.
- Eu não posso. - ele sorriu de canto e me deu um selinho. Eu abri a porta e sai. 
  Eu sai em disparada para casa, eu não queria querer o e eu continuava a dizer para mim 'Eu não quero ele'. Eu não sou a pessoa certa pra ele, nós não temos nada em comum, por mais que eu tentasse, meu coração não parava de chama-lo.

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