Capítulos 36 e37


"Eu confiei em você."  

  Eu vi Rachel usando apenas a camiseta que jogava futebol (ficava um mini vestido nela, porém isso não vem ao caso), ele estava apenas de cueca e os dois se beijam loucamente em cima da cama. Ok, eu queria entrar lá arranca-la de cima do e depois esgana-lo e eu poderia muito bem fazer isso, mas tinha três opções em mente: 1º entrar e fazer um barraco. 2º ficar e ver no que ia dar. 3º sair daquele maldito lugar que me machucava mais a cada segundo. Sim, eu escolhi a terceira, eu estava nervosa, não sabia se chorava, se corria, bem, eu não sabia o que fazer, desci as escadas disparadamente e antes que pudesse sair da casa, me parou.

- , achou o ? - ele perguntou parando em minha frente.
- Eu preciso ir embora. - respondi, a raiva estava estampada no meu rosto, ele entendeu a minha frase e logo fez uma cara de 'Sinto muito' ou 'Bem que eu te avisei' não soube decifrar muito bem na hora.
- Eu tiro você daqui. - ele falou e me puxou pelo braço delicadamente. Saímos da casa e começamos a caminhar pela rua, eu não falei nada, nenhuma mísera palavra e ele também não se deu o trabalho. Sentamos em um banco de uma praça, que por sinal estava totalmente morta, eu conseguia ouvir meus pensamentos e as rápidas batidas do meu coração, também pelo horário, era de se imaginar aquela movimentação.
  Eu me sentia a pessoa mais idiota do mundo e olhando para o horizonte (que não tinha nada além de um balanço) eu ficava pensando como eu pude acreditar em . Era bem eu se apaixonar pela pessoa mais errada do mundo e ainda tinha a raiva, dor, arrependimento e lágrimas que eu não queria que escorressem.
- Eu... - falou e eu o cortei.
- Eu bem que te avisei. - falei. - Era isso que você ia falar não é? - perguntei sem olhar para ele.
- Não, na verdade eu ia falar 'Eu não sei o que você viu, mas o é um idiota.' - ele falou todo fofo.
-Ah. - respondi seca.
- Estou preocupado com o seu silêncio. - ele falou.
- É que quando a gente lembra de algo e sabe que vai chorar se contar para alguém, a gente simplesmente não conta. - falei séria.
- Ás vezes é pior guardarmos só para nós. - ele falou.
- Eu não entendo como eu pude ser tão idiota, depois de tudo que o já fez, eu ainda coloquei esperanças, acreditei nele. E agora isso, ele e a Rachel quase se engolindo na cama. - falei desabafando.
- Deve ter alguma explicação. - falou.
- E tem... - falei e parei. - Eu fui apenas mais uma. - completei e olhei para , respirei fundo e uma lágrima escorreu pela minha face.
- O que eu posso fazer pra não te ver assim? - ele peguntou olhando em meus olhos e depois delicadamente secou a lágrima em meu rosto.
- Você pode esfaquear o e a Rachel. - falei séria e ele me olhou espantado. - Estou brincando, eu não sou tão psicopata assim (já tinha feito isso na minha mente). - eu completei e ele riu.
- Infelizmente eu não assisto C.S.I o suficiente para cometer o crime perfeito. - ele falou e eu sorri.
- Deveria começar a assistir, em uma situação dessas faz falta. - eu falei séria e eu riu lindamente. - Mas por hoje você pode me levar pra casa. - completei.
  me levou para casa, que por sinal não era nada longe da pracinha, não conversamos, apenas escutávamos o barulho do vento, as nossas respirações, passos e etc. Rapidamente chegamos.
- Você vai ficar bem? - ele perguntou, estávamos parados na porta da minha casa.
- Vou. - respondi e sorri forçadamente.
- Então boa noite. - ele falou e se virou para ir embora.
- . - gritei e ele se virou, já estava na calçada. - Obrigado. - falei alto, tão alto que pensei que tinha acordado a vizinhança toda.
  Entrei em casa, dei graças por todos já estarem dormindo, assim não precisaria responder perguntas, fui para o meu quarto e me tranquei lá, percebi que eu precisava ficar sozinha para que começasse a chorar de verdade, depois de uns três minutos percebi que a minha situação estava crítica e fui tomar um banho para ver se parava de chorar, ás vezes funcionava, ai vinha a recaída, as lembranças. Saí do banho, coloquei um pijama e me joguei na cama, peguei meu celular e como se não bastasse a minha foça, eu ainda fiquei escutando Adele... e foi assim que consegui dormir.
- BOOOOOM DIA FLOR. - gritou Claire me acordando e abrindo a cortina do meu quarto, fazendo com que a luz invadisse ele e fazendo com que eu me sentisse uma vampira, me escondendo debaixo do meu edredom.
- Claire, é sábado. - resmunguei.
- Eu sei, e como você está muito preguiçosa, fiz questão de vir acorda-la. - ela falou toda animada. - E sem contar que te ligou. - ela completou.
- Eu não estou para o ou pra quem quer que seja, só pra minha cama, caso ela me ligue. - respondi séria.
- Aonde a senhorita esteve na noite passada? - ela perguntou e como meus olhos já haviam se acostumado com a claridade, tirei o edredom de cima de mim.
- Fui me decepcionar um pouco. - respondi e sorri falsamente para ela, que me olhou brava. - Desculpa, estou tendo dias péssimos. - falei mais calma, não precisava descontar a minha raiva sendo ignorante com pessoas que não tinham nada a ver.
- Fizeram uma festa na casa dos Jonas ontem e a Denise está furiosa com a bagunça e coisas quebradas, eu e Robert vamos lá ajuda-la e como não quero você distribuindo seu mal humor, pode ficar em casa. Ethan foi treinar e tem dinheiro na mesa para você comprar o almoço. - ela falou séria e saiu do quarto.
  Me levantei e fui tomar um banho, me arrumei e desci para comer algo. Fiz um lanche e fui para sala assistir um pouco de televisão, quando estava prestes a sentar no sofá para tomar o café da manhã, a campainha tocou, deixei meu lanche na mesa e fui atender.
- Vai embora. - falei séria, sim, era , o vi e tentei fechar a porta na sua cara, mas ele tem reflexos rápidos e a segurou.
- Eu quero conversar com você. - ele falou sério e entrando na casa.
- Mas eu não quero. - falei - Vai embora , eu não quero ver você nem pintado de ouro. - completei séria.
- Ethan me disse que você me viu no quarto com a Rachel e eu posso te explicar tudo... - ele falou olhando em meus olhos.
- Eu sei que pode, mas eu realmente não estou afim de escutar mais mentiras. - falei séria.
- , você pode confiar em mim... - ele falava se aproximando.
- Confiar em você? É isso que eu venho fazendo , e olha no que deu... Só decepção. Você continua sendo o mesmo de alguns dias atrás, o mesmo mentiroso, idiota e babaca. - eu falava nervosa e olhando em seus olhos. - Para falar a verdade, eu não sei quem é mais babaca aqui, eu ou você, estou achando que sou eu, por ter sido estúpida o suficiente para acreditar nas palavras que você disse. - completei e sai andando, iria subir para o meu quarto, qualquer coisa para ficar longe dele, mas ele segurou forte o meu braço.
- Eu nunca faria aquilo com você. - ele falou em tom triste, senti que minhas palavras o feriu.
- Ah não? E por que você não usou essa mesma força que está segurando o meu braço para tirar a Rachel de cima de você? Ah esqueci... você quis aquilo. - falei, havia lágrimas nos meu olhos.
- Você nunca vai acreditar em mim não é? - ele perguntou me soltando.
- EU ACREDITEI. - eu gritei olhando em seus olhos, não consegui evitar que as lágrimas caíssem. - Não bastou me colocar na sua listinha, você ainda teve que vir aqui conferir se eu estava mal não é? Parabéns, conseguiu tudo o que queria, agora já pode ir embora. - eu estava péssima. 
- EU ESTOU AQUI TENTANDO EXPLICAR QUE EU NUNCA FARIA NADA PARA TE MAGOAR, QUE É VOCÊ QUEM EU QUERO E QUE TUDO AQUILO FOI ARMAÇÃO DA RACHEL, MAS VOCÊ NÃO ME ESCUTA. - ele gritou nervoso.
- VAI EMBORA. - gritei apontando para a porta.
- É isso mesmo que você quer? - ele perguntou.
- É, e quero que você me deixe em paz, não me procure nunca mais. - falei chorando.
- Se eu for eu não volto mais, já cansei de te pedir desculpas, de pedir que você confie em mim e quando eu mais preciso disso, você simplesmente me manda embora. - ele falou, sua voz estava fraca. - Se eu sair por aquela porta, não vai mais existir eu e você. - ele completou e nós nos encaramos. Eu não queria que ele fosse, mas eu estava cansada de me machucar, eu não queria mais sofrer...
- Já vai tarde. - falei e uma lágrima escorreu em meu rosto, ele se virou e saiu batendo a porta com tudo.
  Talvez tenha sido a decisão errada, mas ele já havia ido e como ele disse, eu e ele não existiria mais e eu teria que me acostumar com isso. Não queria mais gostar de ninguém, NUNCA MAIS, só queria esquece-lo e seguir minha vida. Eu havia perdido a fome, subi para o meu quarto e fui para o banheiro lavar o meu rosto, ele não merecia minhas lágrimas, consegui me controlar. Decidi ficar quieta no meu quarto, sem conversar com ninguém, estava conseguindo conter o meu choro e depois de algumas horas comecei a trocar sms com , contei o que estava acontecendo e ela sempre fofa me dava os melhores conselhos do mundo. Chorei, não por , mas por perceber que eu precisava dela mais do que nunca. 
  O dia passou mais devagar do que de costume, ainda bem que a casa era toda minha e que fiquei "conversando" com a . Acabei pegando no sono e acordando só no domingo de manhã.
 

"Apenas desculpas não vão consertar."

  Levantei, tomei um banho, me troquei e desci só meio-dia e estranhei o silêncio na casa, fui para a sala e vi um bilhete assim "Flor, saímos com Denise e Paul, não chegaremos tarde, Ethan está em casa e qualquer coisa é só ligar. Beijos até mais tarde, Claire."
 
Legal, esse final de semana estava sendo perfeito para o meu estado, Ethan estava dormindo e eu iria preparar o almoço, na verdade tentar preparar algo comestível. Eu estava vendo o que havia na dispensa quando bateram na porta e eu fui atender.
- Eu preciso da sua ajuda. - falou ofegante. Mas que diabos aquele garoto estava fazendo aqui?
- Mas eu não preciso da sua ajuda para fechar a porta na sua cara. - falei séria e quase fechei a porta.
- Sério, eu não viria aqui se não fosse importante, é o Frankie. - ele falou com um tom de preocupado.
- O que aconteceu? - perguntei.
- Ele está fraco e quase desmaiou, eu não sei o que fazer, e Kevin saíram, meus pais esqueceram o celular e você é a única que pode me ajudar. - ele falou, ele estava desesperado.
- Já venho. - falei. Subi para o meu quarto correndo, peguei um casaco, coloquei a primeira sapatilha que vi e desci.
 Fui andando/correndo com para a casa dele, chegando lá subimos para o quarto de Frankie, que estava batendo os dentes de tanto frio.
- O que você aprontou dessa vez? - perguntei e ele tentou sorrir. O menino estava ardendo em febre, desci e peguei um remédio na cozinha, depois pedi que levasse para Frankie, fui preparar um chá. Estava na cozinha quando chegou e parou na porta e ficou me encarando.
- Não se preocupa, ele vai melhorar, só precisa descansar um pouco e depois comer algo. - falei olhando para .
- Eu sou um péssimo irmão. - ele falou.
- É mesmo. - respondi e ele sorriu.
- Obrigado por ter vindo até aqui, eu não sei como agradecer. - ele falou todo fofo.
- Não precisa, eu só quis ajudar. - respondi colocando o chá na xícara e saindo da cozinha, subi para o quarto de Frankie, que sorriu ao me ver entrando.
- Acho que você precisa de algo quente. - falei sentando na ponta da cama e lhe entregando a xícara, sorri para ele.
- Ainda bem que você namora o , se não quem cuidaria de mim? - ele falou todo lindinho e eu ri.
- Eu não namoro o . - respondi.
- Não? Mas eu pensei que... - ele falava depois parou. - Então vocês brigaram? - ele perguntou confuso.
- E feio. - respondi.
- Só pode ter sido culpa do , ele sempre estraga tudo. - ele falou me fazendo rir, depois me deu a xícara, não conseguiu beber o chá todo. - Você acha que vocês ainda voltam? - ele perguntou e eu fazia carinho em sua cabeça.
- Não sei... - falei e pensei. - Acho que não e acho que você deveria descansar um pouco. - completei.
- Tudo bem.  - ele respondeu. Sai do quarto e estava do lado de fora.
- Vou preparar o almoço, se você quiser... - ele falava e eu o cortei.
- Não, eu já vou, Frankie dormirá até seus pais chegarem, mas qualquer coisa é só ligar. - falei seca.
- eu... -o cortei novamente.
- , a gente não precisa conversar, nós sabemos que isso sempre leva a briga e eu realmente não estou afim de brigar. - falei. - Já acabou o que tinha entre a gente, então você pode continuar sua vida de sempre, não precisa mais fingir ser alguém que não é só para me agradar. Estou indo. - completei e desci as escadas, peguei meu casaco e sai da casa.
  No caminho passei em um restaurante, almocei/jantei e fui para casa, fiquei assistindo TV com Ethan que mais me encheu e defendeu do que piscou e depois Claire e Robert chegaram, ficamos conversando até tarde e depois fui dormir.
    A semana passou rapidamente, passei ela praticamente sozinha, sempre vinha conversar comigo e passamos alguns intervalos juntos, mal vi e Bryan não falou comigo. Finalmente o final de semana e acordei cedo no sábado para ajudar Claire a plantar algumas flores no quintal e lavar o seu carro, ela não fazia isso, mas estava calor e eu a convenci, além do mais, só iria sair com o mais tarde.
  Estava indo para o quintal quando vi Ethan, que por sinal estava todo arrumado, bem bonitinho.
- Estou bem para ir ao cinema? - ele me perguntou.
- Tá gatinho. - respondi e sorri, ele riu.
- Eu acho que você deveria conversar com o . - ele falou e eu o olhei séria.
- Esquece isso Ethan. - falei, ele já havia falado aquilo 5251255265265 vezes naquela semana, sem contar as frases " está muito mal" "ele gosta muito de você" "Tenta escutar ele."
- Não foi culpa dele, foi a Rachel, vai mesmo deixar ele sair com outra hoje? - ele perguntou.
- Vou, nós estamos seguindo em frente. - respondi e sorri falsamente, ele balançou a cabeça negativamente.
  Fui para o quintal, Claire limpava o carro e eu fui pegar a mangueira para enxaguá-lo, chegou e estava esperando Ethan na porta de casa, eu me virei para encara-lo, como estava com saudade dele, me esqueci que a água estava indo pela mangueira e chegou com muita pressão, como estava hipnotizada com a beleza de não consegui segura-la, isso fez com que o molhasse todo.
- QUAL É O SEU PROBLEMA? - ele gritou irado, andava em minha direção e eu ria.
- Eu não tenho nenhum problema, você que estava no lugar errado, na hora errada. - respondi rindo quando ele parou na minha frente, ele parecia um pintinho molhado.
- Você fez isso de propósito. - ele falou sério.
- E qual o propósito de eu te molhar? - perguntei sínica.
- Você está com ciume por que eu vou sair com outra. - ele falou olhando em meus olhos.
- Conta essa piada pra ela, garanto que ela vai rir muito. - falei e sorri cinicamente.
- Você está morrendo de inveja dela. - ele falou sério.
- Eu? Inveja? Sou mais sair sozinha do que com um garoto que parece um pintinho molhado. - falei rindo.
- Sozinha, é assim que você está não é? - ele falou me provocando.
- Eu não devo... - eu falava e Claire me cortou.
- , acho melhor nós enxaguarmos o carro antes que chegue e você tenha que ir... - ela falava e parou olhando o . - O que aconteceu com você? - ela perguntou rindo, olhava em meus olhos.
- Um acidente. - respondi por ele e rindo. - Acho melhor você se secar antes que pegue um resfriado. - falei e sai andando em direção ao carro.
  Eu sei que ele ficou bravo quando Claire mencionou , ele entrou na casa e eu fui enxaguar o carro. Depois que terminei, subi para o meu quarto e fui tomar um banho ligeiramente, estava atrasada e já estava indo me buscar, sai do banheiro e quando estava prestes a sair do meu quarto, entrou e se encostou na porta.
- O que você está fazendo aqui? - perguntei séria.
- Eu não quero que você saia com  . - ele falou olhando em meus olhos.
- Você não tem que querer nada. - falei. - Com licença, o já está chegando. - falei parando em sua frente.
- Sinto sua falta. - ele falou todo fofo.
- Eu também sinto a sua Bom saber, agora já pode me deixar sair. - falei e sorri falsamente.
- Por que você finge estar bem? Eu sei que você sente minha falta, sente falta de nós. - ele perguntou.
- Acho que eu aprendi a fingir com você. - respondi seca.
- eu... - ele falava e meu celular tocou, era um sms de .
- está chegando, preciso ir. - falei olhando em seus olhos.
- Bom passeio. - ele falou sério e abriu a porta.
  Desci e encontrei , passaríamos a tarde conversando, eu gostava disso, ele me animava e me fazia rir, era bom não pensar em por um momento.
- Oi. - falei e sorri. me esperava na porta de casa.
- Obrigado por aceitar meu convite. - ele falou lindamente.
- Obrigado por me convidar. - ele sorriu. Nós iríamos a uma festa de um amigo de , ele disse que teria karaokê e eu até que me animei. A pior parte era saber que  TODOS da escola estariam lá e sem contar a presença especial das queridinhas mais cobiçadas:: Rachel, Mary e Grace.

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